O Ventilador e o Pirulito
Faz alguns meses que os gujeiros Rodrigo Yoshima e Carlos Villela blogaram sobre o uso errado da tecnologia numa fábrica de pastas de dentes. Para resolver o problema de caixas vazias que passavam desapercebidas numa linha de produção, a empresa comprou uma ultra-mega-power solução que ainda acabou atrapalhando os trabalhadores da fábrica. Mas os próprios trabalhadores se encarregaram de comprar um ventiladorzinho de 20 dólares e dispensar o mega equipamento.
Quem é Brasileiro e principalmente presenciou as corridas de nossos grandes pilotos de Fórmula 1, provavelmente ainda acompanha a categoria, mesmo que exporadicamente. Eu, criado em uma família muito ligada a esportes, com forte inclinação para F1(por que será que meu nome é Emerson? Alguém consegue advinhar? rs), continuo acompanhando os campeonatos, na esperança de que um brasileiro novamente seja campeão mundial.
Eis que no primeiro GP noturno da história da F1 a Ferrari atrapalhou Felipe Massa durante o seu pit-stop com um equipamento ultra moderno que foi desenvolvido para substituir o tradicional pirulito, durante os pit-stops. Esse pirulito foi utilizado por mais de 20 anos e que sempre se mostrou adequado. O novo equipamento fica posicionado em uma altura acima da cabeça do piloto, o que dificulta a visualização em caso de uma nova instrução para parar. O piloto brasileiro perdeu uns 30 segundos pois a mangueira de combustível rompeu-se e sua corrida foi comprometida, inclusive comprometendo a possibilidade de conquiista do campeonato. No pit-stop seguinte, na mesma corrida, a Ferrari voltou a usar o pirulito e no GP seguinte, aposentou de vez a sua engenhoca.
Uma das filosofias que mais gosto para Desenvolvimento de Software nos tempos atuais é KISS. Eu até hoje não sei o motivo de querermos fazer as coisas de forma complicada ao invés de simplificar (eu mesmo já errei muito nisso). Note que simples não significa sem qualidade, mas fazer o suficiente que possa atender a necessidade. As metodologias ágeis da moda como SCRUM / XP falam muito sobre isso. A prática de TDD também tem esse foco, quando prega que devemos fazer o código mais simples possível que atenda a necessidade em questão. E não poderia me esquecer do tão importante princípio de Baby Steps, utilizado em tudo isso que mencionei anteriormente.
Eu sinceramente acho que esse problema é inerente do ser humano e nós é que devemos nos doutrinar pra não cair nessa besteira.